A pesca e o rio

 

Os barcos de pesca são construções feitas pelas populações ribeirinhas desde tempos imemoriais, para facilitar o trabalho de captura de peixes do rio Minho. A sua propriedade, assim como o conhecimento necessário para a sua construção e manutenção, defendendo-os dos impactos do rio, foi transmitida de geração em geração até aos nossos dias. Hoje, muitos deles estão em desuso, destruídos ou esquecidos e há poucas pessoas que ainda dominam as técnicas de construção das artes de pesca.

A língua: o goianés

 

O goianés é uma forma dialetal do galego que só se fala na pequena paróquia de Goián, no município de Tomiño, e que já foi o modo de comunicação dominante nestas terras.

 

Do goianés pouco é conhecido. A peculiar ditongação que caracteriza este discurso, as voltas linguísticas e os lexemas únicos que apresenta não se encontram em nenhum outro lugar dentro do sistema linguístico galego. Também não existe nenhuma outra variedade da língua com uma localização espacial e estruturas tão reconhecíveis e estáveis como no seu caso.

Vida na montanha

 

O Vale do Minho não é habitado apenas por comunidades ribeirinhas. Quem olha além das margens esquerda e direita pode ver de longe o topo das colinas. São o lar de comunidades rurais marcadas por uma profunda relação com o território.

 

Isalina e sua filha Leonor são naturais de Castro Laboreiro, uma pequena vila que pertence ao município português de Melgaço. Castro Laboreiro está localizado entre montes, nas profundezas do Parque Nacional da Peneda-Gerês e é uma das aldeias mais emblemáticas do país.

Jogo tradicional

 

Os jogos tradicionais fazem parte do património cultural duma comunidade. Contribui para a educação, a cultura ou a comunicação. Permite aprender a relacionar-se dentro da comunidade, mostrando um evidente caráter pedagógico. Implica a participação de toda a comunidade, promovendo a coexistência da diferença e da igualdade, e o desenvolvimento das capacidades individuais e coletivas.

Cantiga, festa e romaria

 

Feiras, festivais e romarias eram uma das poucas oportunidades para relaxar no passado. Neles, a festa profana acrescenta ao ritual religioso o sentimento cultural da comunidade, com uma forte presença da música, da dança e do canto.

Os instrumentos de percussão, a gaita, a concertina, o acordeão ou o cavaquinho, um dos instrumentos de minhotos por excelência, produzem música para os ouvintes escutarem ou dançarem. No território galego e português da fronteira do rio Minho, construíram-se grupos musicais únicos, as treboadas, presentes apenas no baixo Minho e que no norte de Portugal são conhecidos como Zés Pereiras.

Gastronomia

 

As sociedades sempre se distinguiram pela construção diferenciada dos papéis de género. Uma das áreas onde esta diferença é mais visível é na cozinha. Cozinhar e trabalhar os produtos utilizados nas ribeiras do Minho era uma tarefa feminina. Neste sentido, o cenário da gastronomia é o lar familiar, onde as mulheres atuam como herdeiras de conhecimentos e técnicas ancestrais, passados de geração para geração.