25 Set Objetivo ‘Culturmiño’: criar uma programação cultural transfronteiriça
O Conselho Provincial de Pontevedra apresentou hoje em Tui o 1.º Fórum Transfronteiriço da Cultura do Rio Minho, ‘Culturminho’, que terá lugar em formato digital nos dias 6, 7, 8 e 9 de outubro. Trata-se de um evento que, segundo o deputado para a Cooperação Transfronteiriça, Uxío Benítez, servirá de ponto de encontro de todos os agentes culturais, associações, coletivos, autarquias e outras entidades institucionais do território do Minho para favorecer a criação de um programa cultural verdadeiramente transfronteiriço e conjunto para ambas as margens do rio.
Perante os autarcas e vereadores da cultura de Tomiño, O Rosal, Tui, As Neves, Arbo, A Guarda, Salvaterra de Minho, Salceda de Caselas, e outros da parte portuguesa do AECT Rio Minho, Benítez recordou que no território do Minho são já numerosas as experiências, como o Festival de Cans, o Play-Doc, o Festival da Poesia do Condado ou o Simpósio de Esculturas de Tomiño-Cerveira, pelo que sublinhou que o objetivo do fórum será tornar essas experiências visíveis e valiosas, tirar conclusões e criar uma rede de agentes culturais que fortaleçam os eventos já consolidados e se programem novos, principalmente com a ideia de melhorar a promoção tanto na parte galega como na portuguesa.
“Queremos que os eventos se realizem do outro lado (da fronteira) e que possam haver agendas e programações culturais conjuntas com base numa linha comum que é a consolidação de um território transfronteiriço como o Rio Minho”, afirmou, sublinhando a importância da atração de um público diverso.
O deputado Uxío Benítez apresentou hoje aos concelhos do Minho o fórum Culturminho, que irá estudar a forma de atrair público de ambos os lados da fronteira galego-portuguesa
Benítez lembrou que o Culturminho terá duas fases: a primeira, que decorrerá praticamente no início de outubro, organizada pelo Conselho Provincial, e a segunda a realizar-se na primavera de 2021 – cuja realização deverá ocorrer presencialmente – que organizará a parte portuguesa, na qual uma vez retiradas as conclusões, proceder-se-á ao trabalho de elaboração de novas propostas culturais a implementar no território, para as quais se irá tentar obter, também, financiamento europeu.
O primeiro evento, inserido no projeto europeu Smart Minho, financiado com fundos europeus, do programa ‘Interreg VA POCTEP 2014-2020’, terá um formato online e contará com mesas de discussão e conferências todas as tardes, com a participação de grupos e entidades que estão a trabalhar na cultura e em eventos de destaque.
Para participar, pode fazer a inscrição – gratuitamente – na página smartminho.eu/inscricionforocultura/. “Convocamos todas as pessoasque vivem a cultura, sejam eles agentes, indústrias culturais… a participarem, pois queremos divulgar as experiências existentes, mas também recolher sugestões onde todos possam retirar ideias”, disse Benitez.
Por seu turno, o director do AECT, Nogueira, sublinhou que “é necessário aproveitar todas as oportunidades para atrair agentes e público para o território transfronteiriço”, assegurando que a promoção e divulgação são fundamentais para o sucesso das iniciativas.
Programa
Xosé Aldea, responsável da ‘Ouvirmos’, empresa organizadora do encontro, sublinhou que o programa Smart Minho “entende a cultura como um valor económico para o território”, pelo que indicou a importância de ver as sinergias, conhecimentos e formas de colaboração entre ambas as partes do rio para “encontrar um público comum e compartilhado”ao qual oferecer uma programação conjunta.
O gestor cultural também destacou a oportunidade que se abre com este fórum, ao optar pelo formato digital. Afirmando que, como a pandemia COVID-19 conferiu um valor psicoterapêutico à cultura, está obrigado a adotar as possibilidades do streaming e da transmissão ao vivo, pois é um modelo “que já percorreu um longo caminho”.
No que concerne ao programa, Aldea indicou que começarão todos os dias às 17 horas (GL). Terça-feira, 6 de outubro, será a cerimónia de abertura, seguida de uma mesa redonda com a participação de representantes da Fundação da Bienal de Arte de Cerveira, do Festival de Cans, do Festival de Folclore Celta de Ponte da Barca, Entre Margens ou do Festival de Vilar de Mouros.
No dia seguinte, quarta-feira, a palestra terá como foco as experiências de cooperação e cultura no rio Minho, com gestores de ambas as margens, como a Casa das Artes de Valdevez, o Simpósio de Escultura Tomiño-Cerveira, o Folk Monção, o IKFEM, ou Ponte nas Ondas.
Na quinta-feira, o teatro será o centro, sob o tema ‘Palavra e cena do rio Minho’, estarão expostas iniciativas profissionais como o Museu do Cinema de Melgaço, As Comédias do Minho, o Play-Doc ou o Festival de Poesia do Condado.
Por fim, na sexta-feira o formato irá mudar e em vez de palestras serão realizadas duas apresentações, uma sobre o financiamento do assessor técnico do Ministério da Cultura e do Desporto no gabinete Europa Criativa, Augusto Paramio, que pretende também trasladar as potencialidades do território do Minho. Por outro lado, contar-se-á com a participação de Miguel Ángel Cajigal, divulgador cultural conhecido como @elbarroquista com mais de 78.000 seguidores no Twitter.