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O AECT Rio Minho pede “coerência” à Junta sobre a abertura da fronteira com Portugal

O vicedirector Uxío Benítez sublinha que a perimetraxe autonómica não faz sentido por motivos sanitários, já que a parte portuguesa tem melhores dados que a galega

Critica o “jogo político partidário com Madrid” que deixa de lado as necessidades da sociedade minhota

O AECT Río Minho vem de solicitar à Xunta de Galicia “coerência” sobre a abertura da fronteira com Portugal e que deixe sem efeito a perimetraxe autonómica no território minhoto. O vicedirector do agrupamento europeu, Uxío Benítez, sublinha que as restrições impostas pelo governo galego só deixando cruzar por motivos justificados “não faz sentido” por motivos sanitários, já que a parte portuguesa tem melhores dados de incidência acumulada que a parte galega.

Segundo destaca Benítez, há uma contradição manifesta da postura da Junta quando era o governo central o que mantinha fechada a fronteira e agora, quando lhe corresponde tomar decisões como autoridade sanitária: inicialmente era a favor da abertura de todos os passos e de flexibilizar a mobilidade e agora advoga por manter o encerramento.

Solicitude

O deputado provincial lembrou que o passado 3 de março, quando os dados sanitários eram muito piores, o vice-presidente primeiro da Junta Alfonso Rueda participou numa reunião com o presidente da CCDR-N e representantes dos três Agrupamentos Europeias de Cooperação Territorial da Eurorregion Galiza-Norte de Portugal, ante os que o mandatário galego apoiou que se mantiveram abertos o maior número de passos fronteiriços possíveis e se tiveram em conta as peculiaridades das áreas fronteiriças como a do Minho.

“Por que mudaram de opinião? Se há uma semana eram a favor de abrir, por que pedem agora ao governo central que mantenha os controlos? Percebemos essa contradição obedece a um jogo político partidário e espúreo com Madrid, que nada tem que ver com a realidade e as necessidades da sociedade minhota galego-português”, insistiu o nacionalista.

Benítez abondou afirmando que o território minhoto da fronteira é igual tanto na sua parte galega como portuguesa, estando nestes momentos melhor sanitariamente a parte lusa, com uma incidência acumulada menor. Por isso solicitou ao governo galego que levante a perimetraxe na fronteira com Portugal e “deixe de afogar” a um território que esteve os três últimos meses na “ruína” por decisões políticas dos governos estatais de Madrid e Lisboa.

“Antes tomavam as decisões em Madrid e Lisboa, onde não conheciam o território. Agora quem deve tomar as decisões sanitárias uma vez abertas as fronteiras é a Xunta de Galicia, à que compúnhamos que conhece o território e percebe a situação do território. Aguardemos, tendo em conta também que o dia 9 finaliza o estado de alarme, que a Junta seja coerente e actue seguindo parâmetros sanitários porque a cidadania está muito confundida com a situação”, finalizou.