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Apostam criação de uma ‘Feira Cultural do Minho’ para reunir indústrias e público de ambas beiras do rio

A última mesa de participação para elaborar a ‘Estratégia 2030’ do território transfronteiriço propõe potenciar o comércio nos centros das vilas face à grandes superfícies dos arredores

 

Criar uma programação cultural própria no território transfronteiriço do Minho e pôr em marcha uma feira, um ‘Culturgal do Minho’, que potencie as indústrias e actores culturais de ambas beiras do rio e os ponha em contacto com o público: essas devem ser as apostas no âmbito cultural dentro da euro-região. Assim o indicaram os participantes na última mesa de trabalho organizada dentro do processo de elaboração da ‘Estratégia 2030’, um documento-guia que busca desenvolver o território transfronteiriço desde múltiplas perspectivas.

Estas ideias foram expostas por trinta de pessoas de associações culturais, representantes políticos câmaras municipais galegas e câmaras autárquicos, pessoal técnico autárquico, comunidades de montes e EURES, na sua participação dentro da mesa sectorial ‘Cultura e Comércio Tradicional’ que se celebrou a passada semana na sede do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Rio Minho, em Valença.

Neste encontro, cujo objectivo era recolher ideias sobre como potenciar a cultura e o comércio na zona transfronteiriça do rio, estiveram também os palestrantes Carmen Villarino, professora de filoloxía galega e portuguesa da Universidade de Santiago de Compostela, e José Alberto Rio Fernandes, presidente da Associação Portuguesa de Xeógrafos e Catedrático da Universidade de Porto, que fazem parte da equipa científica da Fundação CEER (Centro de Estudios Euro-regionais) para a elaboração da ‘Estratégia de Cooperação do Rio Minho Transfronteiriço 2030’.

Em geral, os participantes na mesa coincidiram em que a dia de hoje a comunidade não tem sentimento de pertença ao território transfronteiriço devido a que este se eliminou da história comum já desde a escola.  Pôs-se de manifesto também a existência de travas burocráticas para contratações culturais no país vizinho, assim como  o trabalho voluntário não pago e poucos fundos que desenvolvem os colectivos de ambas beiras.

Ante isto, os representantes das associações solicitaram a posta em marcha de um circuito cultural da euro-região promovido desde as instituições, que seja integrante com as entidades locais, e que disponha de uma maior promoção e comunicação.

Por outra parte, as pessoas participantes qualificaram de muito interessante a possibilidade de pôr em marcha uma feira ou evento cultural, um ‘ Culturgal’ próprio a nível euro-regional, onde de modo anual se reúnam os diferentes actores das indústrias culturais da zona e o público geral num modelo similar ao que se celebra anualmente na cidade de Pontevedra, com zonas para os promotores participantes, conferências, apresentações, mesas redondas ou concertos para dar a conhecer as últimas novidades em música, livros, teatro ou cinema galego e português, neste caso.

Museu da região

Antes do debate conjunto sobre cultura foi o turno das exposições dos expertos. A palestrante Carmen Villarino destacou a importância da cultura como elemento distintivo de um grupo social  e a importância da identidade cultural. Assinalou que a cultura é uma questão transversal, uma ferramenta para a “organização da vida” que achega um sentimento/orgulho de pertença a uma única comunidade no território. Neste sentido, e dentro do âmbito do território transfronteiriço, sublinhou que é preciso recuperar e actualizar a história comum e identidade do contorno do Minho.

Para este objectivo estabeleceu a possibilidade de criar uma base dados comuns (associações, actividades…), mapas de elementos culturais e ferramentas interactivas, assim como inclusive um possível Museu da região ou, de modo menos ambicioso, exposições itinerantes com fundos arquivísticos bibliotecários. Também propôs a denominação de ruas com nomes de pessoas galegas ilustres em Portugal e vice-versa, aproveitar os instrumentos legais dos que se dispõe, e sobretudo, não deixar nunca de lado à povoação local, é quem sustenta a questão identitaria.

O comércio, esencia das vilas

Por sua parte, o palestrante Rri-o Fernandes centrou a sua conferência na potenciação do comércio tradicional, e sublinhou a necessidade de substituir o comércio anónimo dos arredores e centros comerciais pelo comércio do centro das vilas, mais próximo da gente e que dá qualidade de vida. O catedrático lembrou que o comércio tem um papel económico fundamental que não pode ser esquecido, assim como uma dimensão social e urbana, posto que é indispensável na constituição das vilas e cidades. Destacou o exemplo da pedonalização das ruas de Pontevedra, que definiu como um grande sucesso ainda que havia uma desconfiança inicial porque se considerava que seria um problema que os carros não puderam chegar ao centro das vilas, questão esta última que se demonstrou totalmente errónea.

Rio apostou cooperação entre comerciantes, e por fomentar a proactividade das instituições com respeito ao comércio. Também destacou como interessante fazer uma carta de ordenamento comercial, organizar noites brancas” (estabelecimentos abertos pela noite) em toda a região ou por municípios, ou identificar estabelecimentos comerciais singulares (antigos, de mobiliario…).

Mesa setorial sobre mobilidade

Depois da celebração das duas primeiras mesas sectoriais, nesta quarta-feira 3 de outubro terá lugar a próxima, que versará sobre ‘Mobilidade, serviços e turismo sustentável’. Desenvolverá na sede da AECT em Valença às 17 horas (hora galega)  e contará com a participação de Valerià Paül Faixa, Director da Fundação CEER  (Centro de Estudios Euro-regional), professor da Universidade de Compostela, xeógrafo e doutor em Planeamento Territorial e Desevolvemento Regional; e de   Xavier Martínez Cobas, professor de Economia Financeira e Contabilidade da Universidade de Vigo, que fazem parte da equipa científica da Fundação CEER para a elaboração da ‘Estratégia 2030’.

As pessoas interessadas em participar nesta mesa setorial poderão inscrever-se através da página web do SmartMinho, apartado de Participação.  Além disso, aquelas pessoas que não possam assistir às mesas sectoriais poderão somar-se igualmente ao processo de participação cidadã, achegando as suas ideias e sugestões através da página web no ‘Espaço virtual transfronteiriço de participação cidadã’ habilitado com essa finalidade e que estará aberto até finais de outubro.

A Estratégia de Cooperação Inteligente do rio Minho Transfronteiriço enquadra-se dentro do projecto Smart Minho através do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal 2014-2020 (INTERREG V-A) e está #co-financiado ao 75 %, com um orçamento total de 942.022,47 euros.




Agentes sociais do território do Minho vêem necessário um convénio transfronteiriço de emergências e mais coordinação na luta contra o lume

Sucesso de participação cidadã na primeira mesa setorial celebrada nesta segunda-feira no marco da ‘Estratégia de Cooperação 2030’

 

Agentes sociais do território do Minho vêem necessário que as administrações galega e portuguesa assinem um convénio transfronteiriço de emergências e aumentem a sua coordinação na luta contra o lume. Assim o manifestaram representantes de entidades económicas, sociais e culturais, e pessoal técnico e político de ambas margens do rio durante a celebração da primeira mesa sectorial de participação para elaborar a ‘Estratégia de Cooperação do Rio Minho Transfronteiriço 2030’, um documento que servirá de guia para desenvolver o território.

A primeira mesa de trabalho da Estratégia -intitulada ‘A governança no território transfronteiriço’- desenvolveu-se nesta segunda-feira no edifício Área Panorámica de Tui e contou com mais participação da prevista pela organização, que definiu a convocação como “um sucesso”. O encontro foi a primeira reunião interactiva na que os agentes sociais e económicos da zona puderam expressar as suas inquietações e propostas sobre o futuro do território Minho. Sobre a mesa pôs-se o debate do papel que devem jogar as diferentes administrações e inclusive a AECT Rio Minho nos problemas da povoação transfronteiriça.

No caso das emergências, os assistentes consideraram prioritário ter uma maior coordinação entre a parte galega e lusa, pondo como exemplo o caso do pára-quedista que tinha que ser resgatado ao ter problemas quando sobrevoava o território transfronteiriço: em terra não saía nenhuma equipa de resgate de nenhuma de ambas margens porque os mandatários consideravam que a emergência não entrava dentro das suas competências nem âmbito de actuação.

Por outra parte, também se tratou a importância de dispor de uma acção coordenada e conjunta no âmbito da luta contra o lume, uma política florestal global que aborde tanto médios e equipamentos de extinção como linhas para a prevenção. No debate lembraram-se os lumes do passado ano, quando as chamas passaram o rio Minho desde a parte portuguesa chegando com uma grande violência à província.

‘Know-how’ transfronteiriço

A mesa sectorial iniciou com a apresentação realizada por a  professora de Relações Internacionais e Administração Pública de Universidade do Minho, Sandrina Antunes, quem destacou a importância de reforçar o Agrupamento de Cooperação Territorial Rio Minho (AECT Rio Minho), através de uma coordinação eficaz com as entidades públicas e privadas, assim como de um processo participativo continuado com a cidadania. Além disso, insistiu na conveniência de  tirar partido do ‘ know-how’ já existente em matéria de cooperação transfronteiriça e na procura de novas oportunidades de financiamento que permitam que se consolide como uma estrutura jurídica que se sustenha só.

A seguir foi o turno dos assistentes  à mesa, que ressaltaram a necessidade da criação de uma cidadania partilhada que se traduza em serviços comuns. Muitas das pessoas participantes expuseram o anseio de que a AECT actue como interlocutor entre as autoridades locais e os governos estatais e regionais em matéria de cooperação transfronteiriça, assim como para representar os interesses do território em Bruxelas.

Durante as intervenções participaram também representantes da AECT Galiza-Norte de Portugal, ressaltando a importância de uma colaboração fluída entre ambas AECT para unir esforços e identificar objectivos comuns. Por sua parte, representantes do tecido asociativo manifestaram também o seu interesse em incrementar a colaboração com a AECT Rio Minho e com outros colectivos da zona para potenciar a cooperação.

A seguinte mesa sectorial, sobre ‘Cultura e comércio tradicional’, terá lugar nesta quinta-feira 27 de setembro às 17 horas (hora galega)  na sede da AECT em Valença. Contará com a participação de Carmen Villarino, professora de filología galega e portuguesa da Universidade de Santiago de Compostela, e de José Alberto Rri-o Fernandes, presidente da Associação Portuguesa de Xeógrafos e Catedrático da Universidade de Porto, que fazem parte da equipa científica da Fundação CEER (Centro de Estudos Euro-regional) para a elaboração da ‘Estratégia 2030′.

As pessoas interessadas em participar nesta mesa sectorial poderão inscrever-se através da página web do Smart Minho. Além disso, aquelas pessoas que não possam assistir às mesas sectoriais poderão somar-se igualmente ao processo de participação cidadã, achegando as suas sugestões através da página web, no ‘Espaço virtual transfronteiriço de participação cidadã’ habilitado com essa finalidade e que estará aberto até finais de outubro.

A Estratégia de Cooperação Inteligente do rio Minho Transfronteiriço enquadra-se dentro do projecto SmartMinho através do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal 2014-2020 (INTERREG V-A) e está co-financiado ao 75 %, com um orçamento total de 942.022,47 euros.




Primeiro dia de participação pública para desenvolver a ‘Estratégia 2030’ com a qual desenvolver o território do Minho

A AECT faz um apelo aos agentes económicos e sociais da zona para que assistam nesta segunda-feira à mesa sectorial sobre ‘Governança no território transfronteiriço’

A nova fase de participação para desenvolver a ‘Estratégia de Cooperação do rio Minho Transfronteiriço 2030’ começa nesta segunda-feira 24 de setembro em Tui com a celebração da primeira mesa sectorial intitulada “A governançã no território fronteiriço”. Este é o primeiro encontro interativo com a população a desenvolver em consenso um documento guia sobre como desenvolver o potencial do território: a intenção é conseguir uma boa participação dos agentes socioeconômicos da área para expressar suas propostas, preocupações e visões sobre quais devem ser futuro do território do Minho.

A mesa setorial terá lugar no edifício da Área Panorâmica, às 17h00 e contará com a presença da professora de Relações Internacionais e Administração Pública da Universidade do Minho, Sandrina Antunes, e do professor de Economia Financeira e Contabilidade da Universidade de Vigo, Xavier Martínez Cobas. Eles fazem parte da equipe científica da Fundação CEER (Centro de Estudos Euroregionais) para a elaboração da ‘Estratégia 2030’.

As pessoas interessadas em participar na mesa do sector podem inscrever-se através da página web do Smart Minho. Da mesma forma, aquelas pessoas que não podem participar das mesas setoriais também podem participar do processo de participação cidadã, contribuindo com suas contribuições e sugestões através da página web, no ‘Espaço virtual de participação partilhada dos cidadãos’ habilitado para esse fim e que estará aberto até o final de outubro.

As seguintes mesas setoriais que serão realizadas abordam ‘Cultura e comércio tradicional’, no dia 27 de setembro em Valença; ‘Mobilidade, serviços e turismo sustentável’, no dia 3 de outubro também em Valença; e ‘Setores produtivos’, em 8 de outubro em Tui. Todos eles serão às 5 da tarde (hora galega).

Por detrás da Estratégia de Cooperação Inteligente do Rio Minho Transfronteiriço, conhecida como ‘Estratégia 2030’, é um programa de acção conjunta para actores públicos e privados no território do rio Minho, no norte de Portugal e sul da província de Pontevedra. Este trabalho de análise aprofundada do espaço transfronteiriço tem um horizonte futuro do novo quadro financeiro europeu 2023-2027 e terminará até ao final do ano com a celebração do II Fórum do Transfronteiriço do Minho.

‘A Estratégia 2030’ pretende desenvolver um plano de ação e implementar um processo capaz de envolver os atores públicos e privados (agentes económicos e sociais presentes no território) para ser um documento-guia da orientação das políticas públicas de desenvolvimento da área transfronteiriça do rio Minho, orientada e integrada numa perspectiva de valorização e aproveitamento económico e sustentável dos recursos do rio internacional.

A encarregada de impulsionar a estratégia e Agrupamento de Cooperação Territorial Rio Minho (AECT-Rio Minho), constituída pela Deputação de Pontevedra no território do Minho Ponte Vedra, e pela Comunidade Intermunicipal do Alto Minho português (CIM Alto Minho).

A Estratégia de Cooperação Inteligente do rio Minho Transfronteiriço faz parte do projeto Smart Minho através do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal 2014-2020 (INTERREG V-A) e é co-financiado a 75%, com um orçamento total de 942.022,47 euros.